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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Não mexe comigo que eu não ando só.

Não misturo, não me dobro.
A Rainha do mar anda de mãos dadas comigo,
me ensina o baile das ondas e canta, canta, canta pra mim.
É do ouro de Oxum que é feita a armadura guarda o meu corpo,
garante meu sangue, minha garganta.
O veneno do mal não acha passagem e em meu coração.
Me sumo no vento, cavalgo no raio de Iansã.
Giro o mundo, viro, reviro.
Vou além: me recolho no esplendor das nebulosas, descanso nos vales, montanhas.

Medo não me alcança, no deserto me acho,
Faço cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo
Pensou que eu ando só, atente ao tempo:
num comece nem termine, é nunca é sempre
É tempo de reparar na balança de nobre cobre
que o rei equilibra, fulmina o injusto, deixa nua a justiça.
Eu não provo do teu féu, eu não piso no teu chão
e pra onde você for não leva o meu nome não.
Onde vai valente?
Você secou, seus olhos insones secaram, não vêem brotar a relva que cresce livre
e verde, longe da tua cegueira.
Seus ouvidos se fecharam à qualquer musica, qualquer som.
Nem o bem, nem o mal, pensam em ti, ninguém te escolhe.

Você pisa na terra mas não sente, apenas pisa,
apenas vaga sobre o planeta.
Já nem ouve as teclas do teu piano.
Você está tão mirrado que nem o diabo te ambiciona, não tem alma.
Você é o oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo.

O que é teu já tá guardado não sou eu que vou lhe dar.

Eu posso engolir você só pra cuspir depois.
Minha forma é matéria que você não alcança.
Se choro, quando choro e minha lágrima cai, é pra regar o capim que alimenta a vida.
Chorando eu refaço as nascentes que você secou.
Se desejo, o meu desejo faz subir marés de sal e sortilégio.


Vivo de cara pro vento na chuva e quero me molhar.


Sou como a haste fina que qualquer brisa verga mas, nenhuma espada corta.






Eu precisava postar.